O som das areias do tempo me chama...
E as chamas encandecidas movimentam-se...
Não são as ruas de Tebas...
Nem as estradas do Cairo...
Não é o deserto nem os templos dos deuses...
Os véus de Menphis é que se descortinam...
E o desejo chama...
E as chamas incendeiam a brisa no ar.
No templo de Osíris, Ísis se torna mortal,
E para os salões do templo conduz as suas certezas.
Não busca saciar desejos, não apenas...
Não se importa em ter as respostas, não mesmo...
Não pretende explicações, desnecessário...
Só quer a presença...
O tempo é implacável, atravessa... escoa...
Todos os segundos vividos como os séculos...
Incertezas da espera... haverá Menphis outra vez?
Nunca se sabe. Desejos...
Mas desejos de presença, apenas...
De ver as horas passarem, a sós... e só!
E as areias do tempo ocultam o templo...
Mas não conseguem destruir o que está além...
Além do tempo... e do templo.
“Os dias na esperança de um só dia.”
Que começa e termina em saudade.
Vera Lúcia (14/07/2020)