segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

sexta-feira, 23 de novembro de 2018

Laços e nós... cercas...








"Ela faz tudo pra mim
e tudo o que eu faço é pra ela..." (Guilherme e Santiago)

(Desde que ouvi pela primeira vez esta frase ela me incomoda)

É angustiante, aprisiona e oprime. Eu explico:
Eu lírico masculino se declarando. Até aí, muito legal!
Vassalagem amorosa,
Amor correspondido (ao que parece)
Idílio de felicidade. Bucolismo...

Agora pense comigo: Ela faz tudo pra mim...
Uma pessoa pode fazer tudo pela outra ou para a outra...
Como pode fazer tudo para outras também: sentimento solidário...
Porque esse "tudo" significa o tudo que o outro precisa ou pediu...

E agora: Tudo o que eu faço é pra ela...
exclui a possibilidade desse vassalo fazer qualquer coisa para qualquer outra pessoa...
Amor insano. Amor de única via... peso ENORME para quem recebe...

Eu sempre tive medo de receber muito mais do que posso oferecer.
Eu tenho medo de certezas...
eu tenho medo de ABSOLUTOS
eu tenho medo de adoração...
EU TENHO MEDO DE CERCAS...

(22/11/2018 - Vera Lúcia)

terça-feira, 20 de novembro de 2018

Soneto de véspera

Quando chegares e eu te vir chorando
De tanto te esperar, que te direi?
E da angústia de amar-te, te esperando
Reencontrada, como te amarei?

Que beijo teu de lágrimas terei
Para esquecer o que vivi lembrando
E que farei da antiga mágoa quando
Não puder te dizer por que chorei?

Como ocultar a sombra em mim suspensa
Pelo martírio da memória imensa
Que a distância criou - fria de vida

Imagem tua que eu compus serena
Atenta ao meu apelo e à minha pena
E que quisera nunca mais perdida...

Vinícius de Moraes
Oxford, 1939

domingo, 18 de novembro de 2018

Eu te amo.

Eu te amo.
De um jeito que mesmo desfeito o efeito do intento do amor que sinto eu não minto: Te amo o teu sabor de vinho, e bêbado de amor, sigo sempre sozinho, pois o amor que sinto, eu não minto: é um amor que perdeu o rumo do próprio caminho...

quarta-feira, 14 de novembro de 2018

Saudade de Menphis





Não pode ser explicada,
Nem pela esfinge,
Nem por Osíris ou Ísis,
nem revelada nos templos.

Não pode ser compreendida
Pelos filhos de Amon
Nem Cleópatra desvenda...
Júlio César? Marco Antônio?
Nem pela força de Hórus.

Saudade de Menphis...
Não passa pelas veredas de Tebas;
Não chega aos afluentes do Nilo;
Não está nas caravanas do Cairo;
Nunca será revelada
Nos sarcófagos das pirâmides...

Saudade de Menphis
Jamais será saciada.
Porque no mesmo instante
em que o êxtase acontece,
sem pudor e sem reservas
a saudade recomeça.

14/11/2018
Vera Lúcia


Felicidade clandestina







Um milhão de estrelas no céu.
Uma brilha mais forte - não posso negar.
Um amor tão precioso, um amor tão verdadeiro
Um amor que vai de mim para você
.
(CB - 14/11/2018)

Prioridades...








Hoje eu preciso de:
- Um beijo, 
- Um abraço,
- Seus braços, 
- Um poema...
PRECISO DE VOCÊ


Hoje eu quero:
- Leveza de nuvem,
- Cantiga de cigarras,
- Bomba de chocolate,
- Violinos e girassóis,
Mas indo na contramão...
TROCO TUDO POR VOCÊ!

Vera Lúcia, 14/11/2018

Aprendiz de viver...









Você me ensinou a dor
Mas ensinou muito mais

Porque eu aprendi
- a sorrir com os olhos,
- a olhar com a alma
- a ver com o coração...
Você me ensinou...

são aprendizados para muito além
de apenas uma vida...
é aprendizado para todas as vidas...

AMAR É VERBO INTRANSITIVO.
Vera Lúcia 12/11/2018

terça-feira, 6 de novembro de 2018

Juntos...



SOZINHO SE VAI DEPRESSA...
JUNTOS SE VAI MELHOR!

Perfumes...




Esta cidade ora cheira Pequi,
Ora cheira poesia...
Todos os cheiros bons de Paris,
são de Catherine;
de Goias Velho, de Cora;
aqui no Setor Oeste tudo cheira a Vera...
Pudera....

(GENTILEZA de FB, 05/11/2018)

segunda-feira, 22 de outubro de 2018

quinta-feira, 11 de outubro de 2018

Hai kai do tempo

2008



Uma década


Uma década é um grão de areia na nuvem de pó da eternidade;
Uma década não muda nada na sua vida...
Uma década pode mudar tudo na sua vida!


segunda-feira, 10 de setembro de 2018

Armadilhas






Eu queria dizer que não me importo.
E acreditar.
Eu queria poder ver a sua imagem,
sem me afetar...
Eu queria contemplar o seu sorriso,
sem estremecer...
e queria encontrá-lo por acaso...
sem procurar.
Passar pelos sítios onde passa...
Sem nem ver...
Passar pela vida sem você...
E viver!!!

Mas não dá, não consigo, é impossível!
Perco o ar.
Se um dia, pelo menos, conseguir...
É vitória!!!
Mas aquilo que não tenho, ainda guardo
na memória!
Me machuca, me assombra, me rodeia
Esta história.
Passa o tempo, corre a vida não consigo
Ignorar!

Crio dramas e invento narrativas,
Pra mudar,
Faço tramas, arremedo poesias,
Pra sonhar...
Mas o sonho se transforma em pesadelo...
Incessante!
Contra o qual não sei lutar e passo o tempo
Agonizante.

Todo dia, toda hora a mesma coisa,
Me atormenta...
E eu não sei como sair do furacão
Da tormenta!
Minha vida começou naquele dia
De encontro...
E a contagem regressiva para a morte
Fez seu ponto!
E agora única coisa que consigo
É esperar
Lentamente a minha mísera existência
Se findar!
(10/09/2018)

sábado, 18 de agosto de 2018

Erupções internas.





Dia quieto...
Alma parada ...
Espírito vazio
de  revoluções.

Só vontade de não ter vontade.
Só desejo de não desejar.
Só anseio de tranquilidade.
Só disposição para hibernar.

Silêncios...
Sossego,
Pequenos esforços...
Trabalho de rotina.
Marasmo.

Um arquivo de voz
Uma curiosidade...
Abrir é um toque,
E a voz, dizendo seja o que for,
Supera a multidão,
Atravessa o tempo,
a distância e um milhão de lembranças.

Na linha do tempo
O tempo retorna.
De frase à toa...
De textos perdidos...
Achados... treinados
nos anais da imortalidade.

E a voz vai ecoando...
Escoando... e se dissolvendo
Na cadeia sem fim
Da minha enovelada existência.
(18/08/2018)

terça-feira, 7 de agosto de 2018

sábado, 14 de julho de 2018

Então te vejo






Então  te vejo e assim nos seus,
repouso o meu olhar cansado...
mergulho a alma em desalinho
no seu olhar desalinhado.

Serei capaz de todo dia,
Percorrer cega este caminho...
Olhar tua imagem, aqui fixada.
E registrar o meu destino.

Vou ver-te um dia novamente?
Não sei, meus olhos lacrimejam.
Mas serei tua eternamente.
Mesmo que os ventos desalentem,
Mesmo que os dias se acinzentem
Numa penumbra malfazeja.

Como deixar-te? És minha vida.
Como implorar para que venhas?
Mudar o curso do oceano,
mover a terra, o infinito,
parar o rio e os vendavais,
conter o fluxo do tempo,
não mudaria esta desdita.

E o que fazer co’a dor, então?
Só disfarçar, dissimular...
Viver a vida em sorrisos
em  mascaradas alegrias
de contentar-se em ser fantoche
desse destino caprichoso,
que dá amor em abundância,
mas tira-me a felicidade
de poder tê-lo nos meus dias.

(Vera Lúcia, 13/07/2018, sexta feira)

Impacto...








O grande meteoro
CAUSOU um grande impacto na terra
com a extinção dos dinossauros no passado,
 mas estará presente pelo resto da vida na terra.

Você não pode imaginar
o impacto que você causou na minha vida

JR/CB

sábado, 7 de julho de 2018

Como um mantra...





Impossível te deixar...
És a minha Cachoeira Alta.
És para mim:
As colinas do Líbano de Gibran,
O Tejo de Fernando Pessoa,
O mar de Camões,
De Saramago, a Azinhaga...
A Itabira de Drummond e
A Pasárgada de Bandeira...
A brisa de vida da minha vida.

(Vera Lúcia. 08/03/2017)

O que amamos está sempre longe de nós




O que amamos está sempre longe de nós:
e longe mesmo do que amamos – que não sabe
de onde vem, aonde vai nosso impulso de amor.
O que amamos está como a flor na semente,
entendido com medo e inquietude, talvez
só para em nossa morte estar durando sempre.
Como as ervas do chão, como as ondas do mar,
os acasos se vão cumprindo e vão cessando.
Mas, sem acaso, o amor límpido e exato jaz.
Não necessita nada o que em si tudo ordena:
cuja tristeza unicamente pode ser
o equívoco do tempo, os jogos da cegueira
com setas negras na escuridão.

– Cecília Meireles, no livro “Solombra”. 1963.
§ porque hoje eu estou tão triste...

quarta-feira, 20 de junho de 2018

Folha em branco





De frente para uma folha branca...
Eu penso em cartas de amor.
E tenho um desassossego...
Então me lembro de Mia Couto:
“Que o amor acontece
para a gente desacontecer.”

Todas as coisas arrumadinhas
Vão perdendo o prumo...
E volto a desacontecer...
E penso outra vez por quê...

Alma presa na branca folha,
Folha branca de nulas dores...
Uma sede de palavras, mas
Não as minhas...
De outras que já não vêm.

E Mia Couto  responde,
Explicando o meu silêncio e o
Outro, aquele silêncio
que faz desacontecer.
“Diz-se que o silêncio inspira medo
porque, nesse vazio, ninguém é dono de nada.”
E não sou dona da minha vontade.

E o branco da folha, vazio
Não ajuda. Só desarma.
Pequenas frases ditas de amor,
Não fazem cartas de amor...
E é das cartas que eu preciso.

Teimosias insensatas...
Diz a lógica e a razão.
Mas quem disse e foi verdade
Que a paixão é sensatez?
De frente pra folha branca...
Espero tantas palavras...
Aquelas que me governam.

(Vera Lúcia 20/06/2018)

segunda-feira, 11 de junho de 2018

Do tempo...




E foi ficando lasso, baço, insosso...
E tudo voltando ao de antes
que já foi e eu já sei...
É que fazia tanto tempo.
O que se faz em dez anos?

Dez anos se vive em um minuto!
Mas também pode ser uma vida inteira.
E uma infindável ansiedade de espera...
Que junta as pontas do tempo.

Foi ali, no dobrar da esquina
de um caminho torto,
A surpresa, o encanto. Depois...
Flores e chocolates,
palavras e mais palavras...
O tempo sempre imensurável.
A vontade sempre infindável.
O sentimento indefinível...

Tinha dias de muitas horas,
tinha dias só de minutos...
E já houve tempo em que o tempo parou.
E tempos desabalados...
E momentos que valeram o tempo...
E tempos que deveriam ser esquecidos...

Mas chegam tempos de fumaça e cinza...
Que vão nublando o horizonte...
E aquelas tempestades coloridas...
Enfumaçando-se e esfumaçando.

E esta é a ação do tempo
Em que o para-sempre termina
Naquela ausência de palavras.
Na ausência da luz nos olhos...
E na ausência de cores no sorriso.

E tudo ficando lasso, baço, insosso
Com riscos do mesmo traço,
Que já tinha sido traçado
Sem nenhuma precisão.

 E aquela busca insana
que nunca foi buscada...
Que sempre foi desejada,
a surpresa do inesperado,
a ansiedade do novo de toda manhã
vai se perdendo na rotina.

(Vera, 10/06/2018)


segunda-feira, 30 de abril de 2018

Libélula





As represas,
Os diques,
As comportas...
Cuidadosamente elaborados.
Meticulosamente construídos,
Paulatinamente reforçados...

As tramas,
Alinhavadas dia a dia,
Os tecidos,
Tramados fio a fio,
Insinuam-se
Silenciosos...

Até que terremotos
Movem catástrofes,
No bater de asas
Da pequena
Libélula.

Em monossílabos





Não
Te
Vás

Eu 
Te
Amo

Eu
Sem
Ti

Nem
O
Sol

Nem
A
Lua

Eis
Que
Sou

 Breu
Do 
Ser

Vi
Ver

Se
Me
Dói

De
Mim

A
Mim

Não
A
Ti...

(JCRB – 30/04/2018)

quarta-feira, 18 de abril de 2018

A curva do seu sorriso


         
Pela linha dos seus olhos quase fechados
Eu acompanho o seu sorriso...
Porque você sorri com os olhos...
É uma das minhas preferências,
O seu sorriso!

Meus olhos baixam
E encontram outras sugestões.
Neste tapete macio que se forma...
Denso, compacto e querido...
Penso as minhas mãos e o meu corpo.

Volto para os olhos que não sabem esconder...
São reveladores,
sempre reveladores.
Raramente a sua boca me diz o que eles expressam.

E neste retângulo vertical,
Que chegou para mim num fim de tarde...
Eu me perco... e perco o tempo.
E vai-se o rumo das horas...
E a atribulação do acúmulo de atividades...
Finjo que não vejo o mundo à volta,
E o universo retangular que se descortina,
é o único universo meu.
Então... pelo efeito borboleta,
“... o bater de asas de uma simples borboleta
pode  influenciar o curso natural das coisas “
aquele sorriso na linha dos olhos,
provoca um tufão do outro lado
do meu mundo interior.

... mas a custo vou saindo do torpor.
E o alarido de uma casa cheia,
O ritmo buliçoso da vida cotidiana,
Os chamados externos,
Que não alcançam o efeito borboleta,
suplantam a tempestade.
Tudo se aquieta.
E eu retorno...

Mas a linha dos seus olhos quase fechados
Continua indicando o seu sorriso...
E eu continuo... “como dois e dois são quatro,
Sei que a vida vale a pena,
Mesmo que o pão seja caro,
E a liberdade pequena.”...
... perseguindo a linha do sorriso.       

(Vera Lúcia, 18/04/2018)