Pela linha dos seus olhos quase
fechados
Eu acompanho o seu sorriso...
Porque você sorri com os olhos...
É uma das minhas preferências,
O seu sorriso!
Meus olhos baixam
E encontram outras sugestões.
Neste tapete macio que se forma...
Denso, compacto e querido...
Penso as minhas mãos e o meu corpo.
Volto para os olhos que não sabem
esconder...
São reveladores,
sempre reveladores.
Raramente a sua boca me diz o que eles
expressam.
E neste retângulo vertical,
Que chegou para mim num fim de tarde...
Eu me perco... e perco o tempo.
E vai-se o rumo das horas...
E a atribulação do acúmulo de
atividades...
Finjo que não vejo o mundo à volta,
E o universo retangular que se
descortina,
é o único universo meu.
Então... pelo efeito borboleta,
“... o bater de asas de uma
simples borboleta
pode influenciar o curso natural
das coisas “
aquele sorriso na linha dos olhos,
provoca um tufão do
outro lado
do meu mundo interior.
... mas a custo vou saindo do torpor.
E o alarido de uma casa cheia,
O ritmo buliçoso da vida cotidiana,
Os chamados externos,
Que não alcançam o efeito borboleta,
suplantam a tempestade.
Tudo se aquieta.
E eu retorno...
Mas a linha dos seus olhos quase
fechados
Continua indicando o seu sorriso...
E eu continuo... “como dois e dois são
quatro,
Sei que a vida vale a pena,
Mesmo que o pão seja caro,
E a liberdade pequena.”...
... perseguindo a linha do sorriso.
(Vera Lúcia, 18/04/2018)
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