Um dia que amanhece melancólico.
Rotinas de sequências conhecidas...
E, de repente, abre um sol no meu sorriso!
E então há um novo amanhecer!
Não posso me furtar à ação do tempo.
Nem a outras intempéries que aparecem.
Não posso segurar uma quimera.
Mas insisto em pensar que o sol é meu.
Tem um sol no meu sorriso desde o primeiro dia
Essa luz não se ofusca nem com nuvens carregadas.
Muitas vezes há crepúsculos e ocasos imprevistos.
Mas nem isso conseguiu apagar o seu fulgor.
Tem um sol jorrando luz nas minhas veias
E um mar de claridade em meu caminho...
Eu não posso reclamar do meu destino.
Tudo feito sob a forma que escolhi!
Muitas vezes há nuvens de incertezas...
Universos de dúvidas e de esperas...
Há crepúsculo com soluços imprecisos...
Mas certezas de que o sol é imortal.
Assim vai acontecendo, lentamente,
O percurso desse tempo inexorável...
Conduzindo no comboio interminável
Minha força, minha alma e juventude.
Eu não sei por quanto tempo ou eternidade
Se desenha esta trama de Penélope.
Eu só sei que das trevas sempre brota,
O sorriso que o sol traz na sua luz.
O sol, que é efêmero e eterno
Engabela o meu tempo e sentimento,
Atravessa minha pele com calor,
E me engana todo dia com promessas.
E as tramas do destino vão tecendo
o começo, o percurso e as esperas...
porque sei que o fim um dia chegará
mas me iludo contemplando essa quimera.
Como o sol que renasce todo dia,
Com seu brilho também minhas batalhas...
De manhã eu sorrio para o Sol,
Mas não sei se com a noite as trevas vêm.
Vera Lúcia (18/06/2021)