domingo, 5 de junho de 2016

"Navegar é preciso"

“Navegar é preciso”

Ele

Ausências... silêncios
Retornos, mergulhos.
Navegação ao acaso...
Movimento pela rosa dos ventos.
Mãos ao leme, mergulhos.

Ao sabor do vento navega...
marinheiro despreocupado, leme ao descaso...
Bússola ao acaso...
Pequenas atenções ao leme.
Barco à deriva, poucos ventos...
Leme ao acaso... descaso.

Inesperadamente, mergulhos...
Barco atracando em praia conhecida...
mas inabitada por outras embarcações.
Prazer e satisfação!
Impossibilidades de partida. Silêncios
De volta ao mar...
Ao sabor de outras ondas...
Outros portos...

Praia solitária, misteriosa e deserta...
Ponto de espera,
Sempre espera.
Porto seguro, sem garantias, sem segurança,
Ponto de chegada.
Ponto de retornos.
Fim da linha
que o marinheiro frequentemente ignora.


Ela

De vez em quando
ela é só sentimento.
De vez em quando
ela é só pensamento.
De vez em quando
ela é só sensação.

Do seu universo comum
Transporta-se.
Basta que o espelho
das águas calmas
seja agitado pelo movimento
da rosa dos ventos.

Um pequeno desgoverno...
A placidez da superfície...
e o borbulhar dos redemoinhos profundos.
Acima da linha do horizonte, só calmaria.
Abaixo do nível do mar o turbilhão.
O leme da rotina retomado sabiamente.
E a vida se completa em quadros de lembranças.

O dia a dia vai se desfiando assim...
sentimentos, pensamentos, sensações...
alegrias, dissabores, retornos...
Desejos de esquecimento.
Retornos, mergulhos.
Desejos de eternidade.


(Vera Lúcia 04/06/2016)




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