quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Memória e temporalidade



No exercício das memórias, revejo tempo e realidades vividas...
Caminho por espaços já caminhados com saudosa melancolia.
Mas não é uma melancolia triste...
É uma felicidade melancólica a trilhar caminhos já trilhados.
Caminhar por indícios de rastros feitos.
Uma placa de formatura...
Um nome na placa... indicação.
Retornos longínquos e mais recentes se confundem e se completam...
Um livro na biblioteca (a biblioteca não está mais no mesmo lugar), reminiscências.
Uma cópia obsoleta, só para compor o processo... paixão desmedida.
Reencontro com pessoas... a bibliotecária (antes), o guardinha (agora) une temporalidades.
A passarela comprida... Caminhei por ela em companhias diversas.
Contemplar o casarão, calçadas, ruas...
Viver momentos no limite das possibilidades.
A memória vai elegendo quadros coloridos e desfilando textos ditos e interditos...
No exercício das memórias, nos encontros com passados passados, passados recentes e passados ainda não idos, vão se compondo as minhas temporalidades.
E o tempo, meu amigo, não me falha a memória.


(28/09/2016)

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