São 5.5! Eu tenho cinco décadas e meia!!!
E hoje, 30 de maio de 2017, eu
estou inaugurando o quinquagésimo quinto ano de existência nesta vida. Não sei
se já vivi outras e se outras tantas viverei. Sei que nesta eu já tenho um
currículo suficiente para me sentir realizada... não, não disse satisfeita,
disse realizada. Há tantas coisas ainda
por terminar, tanta gente para agradecer, tanta falta de tempo para muitos
sonhos, e uma enormidade de coisas para aprender... e uma curiosidade
insaciável de saber.
Onde foi gestada a minha
existência não sei determinar porque vai além do que a física explica; isso eu
já sei. Mas podemos começar a recordar pelos tempos dos meus avós? Vieram de
Minas pra Goiás no século passado (claro todos os avós são do século passado,
inclusive eu!); e chegaram pelas bandas do município de Cachoeira Alta-Goiás,
que, claro não era município, apenas um povoado minúsculo... senhor Izoldino
Moreira Mendes (Seu Dino) com muitos filhos... a esposa (Clarinda Antônia de
Jesus) já havia falecido. Pais da minha mãe... ela, sem mãe, não foi criada
junto com os irmãos, por isso tive outros avós também: Mário Marquez e Anéria
Furtado Marquez. E outra família também chegou, indo para os lados do Rio
Claro, Antônio Alves Irineu (Tonho Izabel) e Geralda Luíza de Jesus (Dona
Quita), os pais do meu pai. Alguns anos após, sendo Normalista, mamãe volta
para a casa do pai, moça criada e “formada” para lecionar aos outros irmãos, da
segunda família constituída pelo meu avô, com a vó Maria Joana de Jesus
(também, minha outra avó); e assim ela se transformou num dos mitos da educação
no município de Cachoeira Alta. Em muito sendo apoiada pelo senhor Gil Barboza
de Freitas, um dos melhores governantes que a nossa terra já teve. Normalista e
linda (como a do Nelson Gonçalves) despertou a curiosidade nas moças e muitas
paixões nos rapazes... mas a bela professora Terezinha Moreira Alves foi
conquistada pelo simpático moço moreno das terras das cabeceiras, Valdemar
Alves Izabel.
E assim começava uma família de
seis filhos que os dois souberam conduzir responsavelmente até o fim das suas
vidas. Com muito amor, pouco dinheiro e boa disposição para o trabalho. As
famílias de onde vieram são grandes com muitos familiares. Por isso, Cachoeira
Alta é terra de muitos Mendes e muitos Izabel, assim como parte de Minas
Gerais... para não cometer injustiças ou enganos, nem vou nomear os parentes
porque tive e tenho muitos tios e tias, primos a perder a conta e acabarei
esquecendo alguns e não nomeando outros que ainda nem conheço,
Voltemos à casa
Valdemar/Terezinha: Seu Neguinho Izabel e dona Terezinha Professora viveram
sempre nas imediações de Cachoeira Alta-Goiás. E eu nasci ali... na fazenda
Cabeceira Seca, dos meus avós paternos... meu reino encantado. Sou a mais velha
de seis irmãos/ãs: Warlene Alves Mendes, Joana Dalva Alves Mendes, Mário Lúcio
Alves Mendes, Paulo Sérgio Alves Mendes e Gilka Alves Mendes. Posso dizer que
herdamos dos nossos pais a disposição para trabalho e a certeza de que para se
conquistar o que se deseja o que conta é mesmo o nosso esforço pessoal. E, da
mamãe, especialmente, a certeza de que a Educação é a única forma de ser melhor
e conquistar o nosso espaço. Fui alfabetizada na escola da roça, por ela...
Comecei a minha vida profissional
sendo babá do Paulo e da Gilka (irmãos rs). Mas também fui babá dos filhos do
então prefeito, senhor Gil Barboza de Freitas com a Doutora Ivone (Gil Filho e
irmãs); balconista da loja Flor do Ambirá (do senhor Ronei); assistente de
alfabetização na escola da professora Táide Moura; secretária na Casa de Carnes
Gaúcha de dona Sânzia; e depois auxiliar de secretaria na Escola Estadual Jacy
Paraguassú. Ao concluir o Ensino Médio, com o aval da professora Geralda Marques
comecei a trabalhar como professora de Português, substituta no Jacy Paraguassú,
que depois virou colégio. O mesmo onde fiz o Ensino Fundamental. Ali também
conheci o dono da minha vida, meu companheiro no consórcio mais eficiente desta
empresa chamada família: Júlio Paganini Filho!
Comecei o trabalho de professora
com carteira assinada pelo Governo do Estado de Goiás em 01/03/1981. Em 1984
passamos a ser professores estatutários. Desde 15/05/2015 componho o grupo dos
professores aposentados pela Secretaria de Estado da Educação. Considero a
construção de uma carreira. A consolidação de uma profissão de sucesso. Nunca
“estive” professora em lugar nenhum. Sempre fui e sou professora. É a minha
profissão e nela procuro construir a carreira profissional. No ano de 1999,
concluída a graduação em Letras, tive a honra de ser professora substituta, de
Literatura, na UFG-Jataí onde estudei. Sob o aval da professora Sisterolli.
Minhas continências! A partir do ano 2000 sou professora da UEG! Concursada
desde 2004 e com intenções de continuar. Até 2010 em Jussara e atualmente em
Inhumas.
Aos 20 anos dei o primeiro passo
para o nosso consórcio de sucesso. O Júlio e eu nos casamos no dia 25/12/1982 e
desde então ostentei com honra e responsabilidade também o nome Paganini. Em
23/12/1983 fomos agraciados com o primeiro prêmio: Júlio Paganini Netto. E em
21/09/1985 a premiação foi dupla: as lindas gêmeas Junelle e Junyce... Assim
caminhamos, sempre com motivos para nos orgulhar dos três... e, mais
recentemente, a alegria se ampliou com a chegada do Davi e da Júlia... e a
agregação da Karina, do Sílvio e do Thiago. Todos esses acontecimentos foram
moldando a minha existência e enchendo de aprendizados o meu coração. Tantos
motivos para comemorar e agradecer. São cinco décadas e meia de aprendizagens,
alegrias (muitas), tristezas (poucas) e vida.
Vivo intensamente porque me atiro
às experiências e sinto-as na carne, visceralmente. Não sei sentir pela metade.
Quando a vida vai ficando morna os ventos me sacodem. Os marcos e as marcas vão
se registrando no corpo e na alma. O de 2008, por exemplo, foi um ano atípico.
Tornei-me mestre em Literatura... na Faculdade de Letras da UFG. E me
apaixonei... quase uma década já se passou... e existem sentimentos e sensações
que parecem ter vindo de outras vidas e serão levados para quantas outras eu
viver... estou me tornando doutora... em Educação... muitas marcas para
recordar especialmente da Faculdade de Educação. Da livraria, da biblioteca,
das disciplinas, dentro e fora das aulas... coisas que me encantam, me ensinam,
me prendem e me trazem experiência.
Quanto mais vivo, mais entendo
que a família é o nosso suporte e as escolhas que fazemos sempre têm o objetivo
de mantê-la em harmonia. E nesta empresa, meu companheiro de todas as jornadas
e o esteio para todos os acionistas é o nosso Júlio Paganini particular, que
está sempre a postos. Todos os motivos para agradecer o seu apoio e
responsabilidade incondicional na Presidência da empresa e por fazer dela um
sucesso. Se ele não estivesse sempre aqui a vida teria sido mais difícil. E
agradecer aos outros acionistas (os de casa, filhos genros e nora) aos
associados (todos os familiares) irmãos, irmãs, cunhados/as, sobrinhos/as; aos
parentes (primos/as tios/as, avós e toda a equipe por sangue ou por afinidade)
e aos amigos! Ah, os amigos e amigas que construí ao longo da vida são
imprescindíveis e incontáveis! A todos/as a minha alegria e felicidade de
conviver. Por isso eu quero comemorar
com leveza os meus 55 bem vividos. E que venham outros 55! Quem sabe se em pelo
menos mais meio século possam caber as minhas aspirações, ansiedades a minha
vontade de aprender!
Vera Lúcia Alves Mendes
Paganini
30/05/2017