segunda-feira, 29 de maio de 2017

Eu tenho cinco décadas e meia...


 São 5.5! Eu tenho cinco décadas e meia!!!


E hoje, 30 de maio de 2017, eu estou inaugurando o quinquagésimo quinto ano de existência nesta vida. Não sei se já vivi outras e se outras tantas viverei. Sei que nesta eu já tenho um currículo suficiente para me sentir realizada... não, não disse satisfeita, disse realizada.  Há tantas coisas ainda por terminar, tanta gente para agradecer, tanta falta de tempo para muitos sonhos, e uma enormidade de coisas para aprender... e uma curiosidade insaciável de saber. 
Onde foi gestada a minha existência não sei determinar porque vai além do que a física explica; isso eu já sei. Mas podemos começar a recordar pelos tempos dos meus avós? Vieram de Minas pra Goiás no século passado (claro todos os avós são do século passado, inclusive eu!); e chegaram pelas bandas do município de Cachoeira Alta-Goiás, que, claro não era município, apenas um povoado minúsculo... senhor Izoldino Moreira Mendes (Seu Dino) com muitos filhos... a esposa (Clarinda Antônia de Jesus) já havia falecido. Pais da minha mãe... ela, sem mãe, não foi criada junto com os irmãos, por isso tive outros avós também: Mário Marquez e Anéria Furtado Marquez. E outra família também chegou, indo para os lados do Rio Claro, Antônio Alves Irineu (Tonho Izabel) e Geralda Luíza de Jesus (Dona Quita), os pais do meu pai. Alguns anos após, sendo Normalista, mamãe volta para a casa do pai, moça criada e “formada” para lecionar aos outros irmãos, da segunda família constituída pelo meu avô, com a vó Maria Joana de Jesus (também, minha outra avó); e assim ela se transformou num dos mitos da educação no município de Cachoeira Alta. Em muito sendo apoiada pelo senhor Gil Barboza de Freitas, um dos melhores governantes que a nossa terra já teve. Normalista e linda (como a do Nelson Gonçalves) despertou a curiosidade nas moças e muitas paixões nos rapazes... mas a bela professora Terezinha Moreira Alves foi conquistada pelo simpático moço moreno das terras das cabeceiras, Valdemar Alves Izabel.
E assim começava uma família de seis filhos que os dois souberam conduzir responsavelmente até o fim das suas vidas. Com muito amor, pouco dinheiro e boa disposição para o trabalho. As famílias de onde vieram são grandes com muitos familiares. Por isso, Cachoeira Alta é terra de muitos Mendes e muitos Izabel, assim como parte de Minas Gerais... para não cometer injustiças ou enganos, nem vou nomear os parentes porque tive e tenho muitos tios e tias, primos a perder a conta e acabarei esquecendo alguns e não nomeando outros que ainda nem conheço,
Voltemos à casa Valdemar/Terezinha: Seu Neguinho Izabel e dona Terezinha Professora viveram sempre nas imediações de Cachoeira Alta-Goiás. E eu nasci ali... na fazenda Cabeceira Seca, dos meus avós paternos... meu reino encantado. Sou a mais velha de seis irmãos/ãs: Warlene Alves Mendes, Joana Dalva Alves Mendes, Mário Lúcio Alves Mendes, Paulo Sérgio Alves Mendes e Gilka Alves Mendes. Posso dizer que herdamos dos nossos pais a disposição para trabalho e a certeza de que para se conquistar o que se deseja o que conta é mesmo o nosso esforço pessoal. E, da mamãe, especialmente, a certeza de que a Educação é a única forma de ser melhor e conquistar o nosso espaço. Fui alfabetizada na escola da roça, por ela...
Comecei a minha vida profissional sendo babá do Paulo e da Gilka (irmãos rs). Mas também fui babá dos filhos do então prefeito, senhor Gil Barboza de Freitas com a Doutora Ivone (Gil Filho e irmãs); balconista da loja Flor do Ambirá (do senhor Ronei); assistente de alfabetização na escola da professora Táide Moura; secretária na Casa de Carnes Gaúcha de dona Sânzia; e depois auxiliar de secretaria na Escola Estadual Jacy Paraguassú. Ao concluir o Ensino Médio, com o aval da professora Geralda Marques comecei a trabalhar como professora de Português, substituta no Jacy Paraguassú, que depois virou colégio. O mesmo onde fiz o Ensino Fundamental. Ali também conheci o dono da minha vida, meu companheiro no consórcio mais eficiente desta empresa chamada família: Júlio Paganini Filho!
Comecei o trabalho de professora com carteira assinada pelo Governo do Estado de Goiás em 01/03/1981. Em 1984 passamos a ser professores estatutários. Desde 15/05/2015 componho o grupo dos professores aposentados pela Secretaria de Estado da Educação. Considero a construção de uma carreira. A consolidação de uma profissão de sucesso. Nunca “estive” professora em lugar nenhum. Sempre fui e sou professora. É a minha profissão e nela procuro construir a carreira profissional. No ano de 1999, concluída a graduação em Letras, tive a honra de ser professora substituta, de Literatura, na UFG-Jataí onde estudei. Sob o aval da professora Sisterolli. Minhas continências! A partir do ano 2000 sou professora da UEG! Concursada desde 2004 e com intenções de continuar. Até 2010 em Jussara e atualmente em Inhumas.
Aos 20 anos dei o primeiro passo para o nosso consórcio de sucesso. O Júlio e eu nos casamos no dia 25/12/1982 e desde então ostentei com honra e responsabilidade também o nome Paganini. Em 23/12/1983 fomos agraciados com o primeiro prêmio: Júlio Paganini Netto. E em 21/09/1985 a premiação foi dupla: as lindas gêmeas Junelle e Junyce... Assim caminhamos, sempre com motivos para nos orgulhar dos três... e, mais recentemente, a alegria se ampliou com a chegada do Davi e da Júlia... e a agregação da Karina, do Sílvio e do Thiago. Todos esses acontecimentos foram moldando a minha existência e enchendo de aprendizados o meu coração. Tantos motivos para comemorar e agradecer. São cinco décadas e meia de aprendizagens, alegrias (muitas), tristezas (poucas) e vida.
Vivo intensamente porque me atiro às experiências e sinto-as na carne, visceralmente. Não sei sentir pela metade. Quando a vida vai ficando morna os ventos me sacodem. Os marcos e as marcas vão se registrando no corpo e na alma. O de 2008, por exemplo, foi um ano atípico. Tornei-me mestre em Literatura... na Faculdade de Letras da UFG. E me apaixonei... quase uma década já se passou... e existem sentimentos e sensações que parecem ter vindo de outras vidas e serão levados para quantas outras eu viver... estou me tornando doutora... em Educação... muitas marcas para recordar especialmente da Faculdade de Educação. Da livraria, da biblioteca, das disciplinas, dentro e fora das aulas... coisas que me encantam, me ensinam, me prendem e me trazem experiência.
Quanto mais vivo, mais entendo que a família é o nosso suporte e as escolhas que fazemos sempre têm o objetivo de mantê-la em harmonia. E nesta empresa, meu companheiro de todas as jornadas e o esteio para todos os acionistas é o nosso Júlio Paganini particular, que está sempre a postos. Todos os motivos para agradecer o seu apoio e responsabilidade incondicional na Presidência da empresa e por fazer dela um sucesso. Se ele não estivesse sempre aqui a vida teria sido mais difícil. E agradecer aos outros acionistas (os de casa, filhos genros e nora) aos associados (todos os familiares) irmãos, irmãs, cunhados/as, sobrinhos/as; aos parentes (primos/as tios/as, avós e toda a equipe por sangue ou por afinidade) e aos amigos! Ah, os amigos e amigas que construí ao longo da vida são imprescindíveis e incontáveis! A todos/as a minha alegria e felicidade de conviver.  Por isso eu quero comemorar com leveza os meus 55 bem vividos. E que venham outros 55! Quem sabe se em pelo menos mais meio século possam caber as minhas aspirações, ansiedades a minha vontade de aprender!

Vera Lúcia Alves Mendes Paganini

30/05/2017

Estações

A imagem pode conter: flor e texto


Primeiro presente poema deste aniversário de 55!!!
ESTAÇÕES
(“Dê a quem você ama: asas para voar, raízes para ficar e motivos para voltar” – Dalai Lama).
Há quem nasça na primavera de um verão qualquer,
Ou se entregue a um outono sombrio e sem cor,
Ou que ainda se instale à meia noite no inverno doído.
Estando angustiado pelo deserto do sofrimento amoroso,
Ou pelo amor dito eterno, não fuja de seu destino.
Não se distraia com o raio do luar,
Nem tome sobre si a triste brisa do tempo.
Na vida tudo acaba, são apenas quatro estações!
A primavera perfuma o ar, floresce e regenera,
Mas é no outono que as folhas caem
Para depois brotarem, ciclo absoluto, imutável!
Se há um sol causticante no verão
É no inverno que a semente se prepara.
Tudo muda, segue seu rumo calmamente.
Até a vida, efêmera e sutil, tem um fim predestinado.
Na melhor das hipóteses partiremos ao final
E o amor irá calado para o túmulo, sem mortalha.
Na lápide fria não ficará seu registro insignificante.
Nunca perdemos nada e associamos a dor à perda.
Nada há de almas gêmeas que um verão não separe,
Nem que um inverno rigoroso não ajunte.
Não há felicidade no outono para quem varre as folhas,
(As flores já ficaram sob um tapete mágico, abandonadas),
Não ouse ouvir o canto dos pássaros na primavera.
Amar é uma herança maldita, uma construção sem rumo!
Inimaginável procurar a sua felicidade na vida do outro.
Possessividade translúcida, absurda, cruel e autodestrutiva.
Então quanto mais amamos mais sofremos?
Não há derrota no amor, nem no findar dele,
Na verdade é água corrente no regato da vida, nada mais!

Rui França, 29/05/2017
(Para a amiga Professora Vera Lúcia, pelo seu aniversário amanhã. 
Esta é merecedora de respeito e digna de admiração).

terça-feira, 23 de maio de 2017

Amo...



Amo...

Amo seu abraço quente e os seus braços fortes.
Se me envolvem sem aviso eu me dissolvo confiante.
Amo os seus olhos e me perco em seu olhar apaixonado.
Amo suas mãos! Ah eu amo!
Por elas começa a minha alegria!
Gosto de vê-las se movendo em gestos que conversam...
Gosto de senti-las nos meus ombros como manto protetor e me abrigo quieta.
Gosto de tocá-las e deixar que as minhas sejam pequenos pássaros agasalhados neste abrigo sólido.
Amo me fundir ao seu peito largo e ouvir silêncios... no pulsar vital do seu coração, dispara o meu...
Amo recostar a sua cabeça ao meu colo e pensar que neste momento o universo somos nós...
Amo estar com você sabendo que cada momento pode ser o último mas disfarçando trivialidades...
Amo ouvir seu chamado seja quando e onde for...
Amo a espera e a saudade porque elas não me afastam de você...
Amo a sua incompetência em traçar metas e a minha incapacidade de cumprir o que planejo quando se trata de nós...
E amo essa total incapacidade de deixar de amar você.

(22/05/2017)

segunda-feira, 8 de maio de 2017

SÓ BASTOU UM SORRISO...









Só bastou um sorriso, olhar sereno,
Desses que invadem mansamente tudo,
Para eu saber que mesmo estando mudo
Me declarara a ti, de modo pleno.
Entreguei-me, toquei-me e não condeno
Meu pobre coração, pois não me iludo:
Senti o teu olhar como um veludo
A agasalhar meu corpo do sereno.
E dali para cá meu pensamento
Ficou pousado em ti, meu doce alento,
Sonhando receber o teu agrado.
Nada disseste, mas as nossas almas
Se declararam, puras, alvas, calmas,
E eu tive a sensação de ser amado!

Getulio Targino Lima

Um dos sonetos mais lindos que já li!
(08/05/2017)