As trilhas vão fluindo...
O sangue que borbulhava pelas
veias coagula...
O fogo que ardia em labaredas...
arrefece... vira brasa...
O redemoinho que explodia em
tempestade, acaba.
É assim, sem perceber...
Um gesto... uma palavra...
As ausências... os silêncios..
O tempo... ah, aquele tempo consolador,
que Eclesiastes ensina.
Já houve o tempo de plantar...
Já floresceram tantas searas...
Já foi uma longa e avassaladora
Primavera...
Já houve o tempo de colher...
E também houve a colheita...
generosa...
Inesquecível.
Mas agora o campo seca.
E o deserto simplifica.
Não há espaço para boas surpresas
de retornos...
a força dos ventos leva.
E o tempo passa.
E de repente acaba.
Vera Lúcia
(05/03/2018)
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