segunda-feira, 5 de março de 2018

E de repente... passa...



As trilhas vão fluindo...
O sangue que borbulhava pelas veias coagula...
O fogo que ardia em labaredas... arrefece... vira brasa...
O redemoinho que explodia em tempestade, acaba.

É assim, sem perceber...
Um gesto... uma palavra...
As ausências... os silêncios..
O tempo...  ah, aquele tempo consolador,
que  Eclesiastes ensina.

Já houve o tempo de plantar...
Já floresceram tantas searas...
Já foi uma longa e avassaladora Primavera...
Já houve o tempo de colher...
E também houve a colheita... generosa...
Inesquecível.

Mas agora o campo seca.
E o deserto  simplifica.
Não há espaço para boas surpresas
de retornos...
a força dos ventos leva.
E o tempo passa.
E de repente acaba.                                 

Vera Lúcia
(05/03/2018)

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