sábado, 14 de julho de 2018

Então te vejo






Então  te vejo e assim nos seus,
repouso o meu olhar cansado...
mergulho a alma em desalinho
no seu olhar desalinhado.

Serei capaz de todo dia,
Percorrer cega este caminho...
Olhar tua imagem, aqui fixada.
E registrar o meu destino.

Vou ver-te um dia novamente?
Não sei, meus olhos lacrimejam.
Mas serei tua eternamente.
Mesmo que os ventos desalentem,
Mesmo que os dias se acinzentem
Numa penumbra malfazeja.

Como deixar-te? És minha vida.
Como implorar para que venhas?
Mudar o curso do oceano,
mover a terra, o infinito,
parar o rio e os vendavais,
conter o fluxo do tempo,
não mudaria esta desdita.

E o que fazer co’a dor, então?
Só disfarçar, dissimular...
Viver a vida em sorrisos
em  mascaradas alegrias
de contentar-se em ser fantoche
desse destino caprichoso,
que dá amor em abundância,
mas tira-me a felicidade
de poder tê-lo nos meus dias.

(Vera Lúcia, 13/07/2018, sexta feira)

Impacto...








O grande meteoro
CAUSOU um grande impacto na terra
com a extinção dos dinossauros no passado,
 mas estará presente pelo resto da vida na terra.

Você não pode imaginar
o impacto que você causou na minha vida

JR/CB

sábado, 7 de julho de 2018

Como um mantra...





Impossível te deixar...
És a minha Cachoeira Alta.
És para mim:
As colinas do Líbano de Gibran,
O Tejo de Fernando Pessoa,
O mar de Camões,
De Saramago, a Azinhaga...
A Itabira de Drummond e
A Pasárgada de Bandeira...
A brisa de vida da minha vida.

(Vera Lúcia. 08/03/2017)

O que amamos está sempre longe de nós




O que amamos está sempre longe de nós:
e longe mesmo do que amamos – que não sabe
de onde vem, aonde vai nosso impulso de amor.
O que amamos está como a flor na semente,
entendido com medo e inquietude, talvez
só para em nossa morte estar durando sempre.
Como as ervas do chão, como as ondas do mar,
os acasos se vão cumprindo e vão cessando.
Mas, sem acaso, o amor límpido e exato jaz.
Não necessita nada o que em si tudo ordena:
cuja tristeza unicamente pode ser
o equívoco do tempo, os jogos da cegueira
com setas negras na escuridão.

– Cecília Meireles, no livro “Solombra”. 1963.
§ porque hoje eu estou tão triste...