A imagem me chama e eu
mergulho...
Há um universo contido
ali...
Eu vejo os olhos, através
dos óculos.
E eu mergulho neles...
sem fim... sem ar...
A imagem me veio de
presente.
Há um universo de
sentidos nela.
E outro universo
evocado...
A imagem me veio de
surpresa...
Deliciosa surpresa!
Pode-se morrer por
falta de amor.
Mas o excesso também
mata.
Sofro de excessos...
Volto à imagem e me
imagino ali...
Mergulho em retornos
inevitáveis...
“Vou-me embora pra
Pasárgada”...
Não! Continuo com
Menphis...
E os seus mistérios,
E os seus segredos,
Os seus oásis mais
procurados.
As suas sensações
inesquecíveis.
E as areias do tempo escorrendo sem fim.
Eu só tenho a
imagem... volto a ela...
Os olhos veem através
de mim...
E eu vejo muito além
dos olhos...
Em tempos passados,
em tempos vindouros,
em dias sem fim...
mergulhada no que a
imagem não revela.
(Vera Lúcia,
16/04/2017)