É a mulher que inspira meu amor, A razão pela qual aprendi a sorrir. E amar
CB
Para abafos e desabafos da alma... O sonho encheu a noite Extravasou pro meu dia Encheu minha vida E é dele que eu vou viver Porque sonho não morre. Adélia Prado
É a mulher que inspira meu amor, A razão pela qual aprendi a sorrir. E amar
CB
Um refúgio onde
o tempo não nos espreita.
Nos toques
furtivos, por entre calçadas,
Somos brisa que
foge, um desejo sem nome.
Pelas ruas,
disfarçamos nossos passos,
Cada encontro
um risco, um suspiro guardado.
Nos olhares
roubados, a paixão clandestina,
Queima como sol
na pele da rotina.
E lá na PMT
nosso paraíso esquecido,
Entre o aço e o
vento, somos livres,
O asfalto nos
conhece, testemunha mudo,
Do amor que
ousamos, sem medo, sem culpa.
Te amo entre
sombras, em cada fuga e volta,
Nosso mundo
paralelo, onde ninguém nos alcança.
Nas
terças-feiras, seremos eternos,
Pois só aqui,
nos pertencemos por completo.
CB - 22/10/2024
Nos países comunistas, a inspecção e o controlo dos cidadãos são actividades sociais permanentes e essenciais. Um pintor, para ser autorizado a expor, um simples cidadão, para obter um visto para passar férias à beira-mar, um futebolista, para poder jogar na selecção nacional, têm primeiro que recolher os mais variados relatórios e certificados (da porteira, dos colegas, da polícia, da célula do partido, do comité da empresa), que depois são amontoados, sopesados, lidos e relidos por funcionários especialmente afeitos a essa tarefa. O que vem escrito nos atestados não tem absolutamente nada a ver com a competência de um cidadão para pintar ou jogar à bola ou com um estado de saúde que exija uma estada à beira-mar. Só contêm informações a respeito de uma coisa que é o chamado perfil político” do cidadão (aquilo que o cidadão diz, aquilo que pensa, a maneira como se comporta, se vai ou não às reuniões e aos desfiles do 1.o de Maio). Como tudo (vida quotidiana, empréstimos, férias) depende da forma como se é classificado, todos os cidadãos são obrigados (para poderem jogar na selecção nacional, expor os seus quadros ou passar férias à beira-mar) a comportar-se de maneira a serem bem classificados. (Milan Kundera - A insustentável leveza do ser - 1984, página 84)
Estávamos perto de umas serras rochosas...você iluminou com a lanterna e vimos uma entrada...dissemos juntos: -- A caverna! E entramos.Dentro era como se fosse um salão de paredes de pedra todo forrado com folhas secas que estalavam quando andávamos sobre elas...muitas folhas, muitas folhas...fofo o chão e sem telhado...a lua batia nas folhas e fazia pequenos brilhos de claridades... olhamos pra cima e vimos lua e estrelas...
Naquele desespero da ausência
pela vontade absurda de encontro,
uma taça de champagne e os olhos vagam...
sem rumo, sem prumo...
sem saber onde se fixar...
procurando uma luz que não irá aparecer...
A boca vai dizendo palavras desconexas
enquanto os olhos, lanternas sem destino,
lançam luz a escuridões indevassáveis...
procuram... buscam...
Mas não conseguem encontrar...
As bolhas vibram contra a luz
a taça pesa na mão, o braço desce calmo...
e a embriaguez vence.